João Capistrano Honório de Abreu

Um dos primeiros grandes historiadores do Brasil, Capistrano de Abreu produziu ainda obras literárias nos campos da etnografia e da linguística. O seu trabalho é caracterizado por uma rigorosa investigação das fontes e por uma visão crítica dos fatos históricos.
Fez os seus estudos primários e secundários em Fortaleza e no Recife, mudando-se para o Rio de Janeiro em 1875, onde trabalhou como caixeiro na famosa Livraria Garnier, passando a colaborar no periódico Gazeta de Notícias. Nomeado oficial da Biblioteca Nacional (1879), inscreveu-se em concurso do Colégio Pedro II para o cargo de professor de Corografia e História do Brasil (1883).

A tese que apresentou versava sobre o Descobrimento do Brasil e seu desenvolvimento no século XVI, considerada como uma das mais importantes obras em historiografia de história do Brasil. Aprovado, tomou posse do cargo em 23 de julho de 1883, permenacendo no cargo até 1899, quando Epitácio Pessoa, então ministro da Justiça, determinou anexar o ensino de história do Brasil ao de história universal.

Em sinal de protesto Capistrano recusou-se a lecionar a nova disciplina, preferindo manter-se em disponibilidade para se dedicar à pesquisa.
Obras do autor:
Estudo sobre Raimundo da Rocha Lima (1878);
José de Alencar (1878);
A língua dos Bacaeris (1897);
Capítulos de História Colonial (1907);
Dois documentos sobre Caxinauás
(1911-1912);
Os Caminhos Antigos e o Povoamento do Brasil (1930);
O Descobrimento do Brasil (1883);
Ensaios e Estudos (1931-33, póstumos);
Correspondência (1954, póstuma).