INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DE SANTOS ESTÁ EM TRANSFORMAÇÃO

Proposta é transformar o espaço no Museu Histórico de Santos

O piso do salão logo depois de tirado o carpete, depois da primeira raspagem e após o trabalho concluído.

Muita gente olha para o velho casarão do Instituto Histórico e Geográfico de Santos e se pergunta: Ele fechou? Suas atividades estão paralisadas? Olha, o prédio está largado!

Amigos, muita calma nesta hora! Muita coisa mudou desde 2020. Uma nova estratégia chegou para adequar o Instituto Histórico e Geográfico de Santos aos novos tempos, fazendo com que ele possa cumprir sua finalidade alinhada ao que a sociedade exige nos dias de hoje. Lá no passado, o IHGS era útil à comunidade oferecendo sua biblioteca, seu auditório para palestras e seu acervo para conhecimento de todos, abrigando um pequeno e modesto museu.

A partir dos anos 1990, tudo começou a mudar, principalmente em função das ferramentas da informática. Bibliotecas são espaços cada vez menos visitados e utilizados. As universidades possuem suas próprias bibliotecas, as escolas possuem suas próprias bibliotecas, as pessoas podem acessar a internet e consultar o que precisam sem terem de ir às bibliotecas. A nossa é importante, será conservada, mas provavelmente consultada apenas por pesquisadores acadêmicos, memorialistas e outros. Outra função cada vez menos presente são as palestras, uma vez que a internet, também, ocupou esse espaço por meio dos canais de video, dos aplicativos de conferência, etc.

Diante desse quadro, o Instituto Histórico e Geográfico de Santos precisava ressignificar seu papel operacional. E entendemos que este papel será na forma de um MUSEU, um MUSEU moderno, que fará uso de tecnologias, como Realidade Virtual, Realidade Aumentada, Inteligência Artificial, Projeções Mapeadas e outros meios para difusão de conhecimento com interação.

Para isso, o primeiro passo se tornou adaptar o velho casarão de 1886 a esta nova realidade, dotando-o de climatização, acessibilidade (elevador, banheiros acessíveis) e áreas expositivas modernas, isso sem falar do próprio resgate arquitetônico, afinal estamos falando de um espécie único das velhas chácaras da Barra.

O desafio é enorme, e os recursos escassos. Por outro lado, a vontade é gigante e os parceiros de jornada surgem a cada dia. Já no início de 2020, fechamos a casa para dar inicio ao lento processo de metamorfose.  Depois de ter seu embasamento melhorado, com limpeza de piso, instalação de rampas, pintura das salas e criação de sala para o serviço de digitalização de periódicos, livros e documentos, passamos a tratar do primeiro pavimento.

A primeira intervenção ali aconteceu em março, com a retirada de todo o carpete das salas frontais, do salão nobre e da sala da presidência. Depois, o tratamento de recuperação do piso de madeira nobre, que foi resgatado graças à doação de R$ 5 mil feita pelo advogado Manoel Guino, presidente da Sociedade Humanitária dos Empregados do Comércio. Ele foi todo raspado e limpo, antes de receber o tratamento com bona, que recuperou sua vivacidade, após anos escondido debaixo de carpete. Em paralelo, a arquiteta Jaqueline Fernandez Alves e seus parceiros – o arquiteto Demontier Meireles Vasconcelos e a restauradora Amanda Guerra – descobriram, por debaixo de cinco camadas de tinta, um “tesouro” histórico artístico, de 1915, nas paredes do casarão sede do Instituto Histórico e Geográfico de Santos. Eles devem ser em breve resgatados na forma de uma “janela do tempo”, que servirá para mostrar aos visitantes como eram as paredes do casarão no início do século 20 (lembrando que o imóvel foi construído em 1886, sendo o mais antigo de Santos fora do Centro Histórico).

Em fevereiro de 2020 foram descobertas pinturas artísticas com mais de cem anos atrás de seis camadas de tinta nas paredes do salão. Já está restaurado!

Em seguida, o IHGS conseguiu obter parceria com a família Barroso, da Engeplus Engenharia, que viabilizou a recuperação estrutural das paredes de alvenaria de todo o primeiro piso. “Falamos com o Roberto (Barroso) e ele se sensibilizou à nossa causa cultural. A Engeplus está realizando o trabalho sem cobrar nada para o Instituto. Com certeza, quando este espaço estiver pronto, iremos agradecer da melhor forma, por meio de exposições culturais históricas, inclusive da memória da Engeplus e tudo o que eles já fizeram pela cidade”, disse o presidente do IHGS, Sergio Willians. Para poder fazer o trabalho, todos os quadros, placas e adornos foram retirados das paredes, estão sendo catalogados e terão um destino ainda avaliado pela diretoria. A proposta é fazer com que o hall de entrada, a sala de reuniões, a sala da presidência, o corredor central e o salão nobre passem a serem utilizados como área expositiva, para fazer o Instituto Histórico e Geográfico potencializar sua missão estatutária, de preservar e difundir as histórias de Santos, São Paulo, Brasil e mundial. “Vamos ter um espaço moderno, com monitores de LCD nas paredes que farão a função dos painéis de imagens. Também vamos investir em expositores modernos, vitrines e tudo o que for necessário para tornar o nosso IHGS na maior referência de espaço para conhecer a história santense”, afirmou Sergio Willians

Depois foi providenciada a pintura interna do primeiro pavimento, com material doado pela Universidade Santa Cecília. Na sequência, um novo banheiro foi montado com a colaboração gratuita da Engeplus, da família Conde.

Em paralelo, o Instituto Histórico e Geográfico de Santos ingressou em dois editais do Estado, vencendo ambos. Um de R$ 100 mil para aquisição de equipamentos e outro de R$ 50 mil para a construção do banheiro acessível. O presidente do IHGS procurou os deputados da região, e obteve de alguns deles emendas para 2021. Caso da deputada federal, Rosana Valle, que está destinando R$ 150 mil para o projeto de acessibilidade (elevador); e do deputado Kenny Mendes, que destinou R$ 110 mil para a montagem da sala de realidade virtual e outros equipamentos interativos. Ainda houve a destinação por parte do deputado estadual Douglas Garcia, de São Paulo, para aquisição de mobiliário expositivo do futuro Museu.

 

IHGS lançou em setembro de 2020 campanha para a viabilização do Museu Histórico de Santos

Campanha “Juntos, Vamos Contar a Nossa História”

Em setembro de 2020, o IHGS lançou a campanha intitulada “Juntos, Vamos Contar a Nossa História”, com o objetivo de arrecadação de fundos coletivos para a criação de um painel artístico externo em mosaico, com mais de 250 mil pastilhas. Mas a pandemia de Covid-19, atrapalhou um pouco a campanha, que estará aberta até setembro de 2022.

Por conta desses movimentos todos, o IHGS estará fechado até o final de 2022, prazo que temos para viabilizar o sonho de transformar nosso espaço no MUSEU HISTÓRICO DE SANTOS. Aliás, o reconhecimento público ao museu faz parte das promessas de campanha do atual prefeito e consta em seu plano de governo o reconhecimento e convênio para faze-lo funcionar.

Então, ao virem o prédio do Instituto Histórico e Geográfico de Santos, não imaginem que está fechado (de forma definitiva), ou largado. Nada disso. Ele está em plena ebulição, para a metamorfose final. E todos nós nos orgulharemos do resultado.

 

Imagens do piso recuperado: Sala Djanira Bouças, Hall de Entrada, Salão Nobre, Sala da Presidência, Corredor Central e Salão Nobre.

Pinho de Riga

Durante as prospecções para a obra civil, descobrimos que todo o madeiramento da casa foi feito com “Pinho de Riga” (também conhecido como Pinheiro da Escócia), uma madeira européia trazida de Portugal, que é raríssima. Para valorizar este material e o imóvel, a diretoria decidiu retirar a tinta de batentes e portas, começando pelo batente de acesso do hall para o salão nobre. O trabalho está sendo minuciosamente realizado pelo artista plástico Ricardo Campos Mota, o Rica (autor de várias esculturas da cidade, como o Peixe da entrada da cidade). Este processo será feito aos poucos, por ser delicado.

Um dos batentes está sendo revelado em suas formas originais. Todo as madeiras de portas, rodapés, esquadrias e janelas são feitas em Pinho de Riga, uma madeira nobre e extremamente rara.
Alguns fios estão sendo embutidos nas paredes. A revelação do sistema construtivo, em pedras, será valorizado com a criação de uma janela de visualização.
Em meados de abril de 2020 o Instituto iniciou a intervenção civil, com a eliminação de trincas, rachaduras, rebocos moles, entre outras imperfeições, preparando as paredes do primeiro piso para a pintura.

VEJA APRESENTAÇÃO EM PDF DO FUTURO MUSEU HISTÓRICO DE SANTOS